Postado 20 de agosto de 2025 em Destaques por GrandeAdega
O que define uma cerveja artesanal? Em uma entrevista exclusiva, Alessandro Oliveira, sócio da Way Beer, responde a esta e outras perguntas!
Quando falamos em cerveja artesanal de qualidade no Brasil, a Way Beer é um nome que sempre se destaca. Localizada em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, a cervejaria fundada em 2009 por Alejandro Winocur e Alessandro Oliveira já se consolidou como uma das maiores referências do país. O que começou com a paixão pela boa cerveja se transformou em uma marca de alcance nacional, conhecida pela ousadia e pela experimentação.
Não à toa, a Way Beer já produziu mais de 650 receitas diferentes, sendo a marca que mais registrou receitas no Brasil. Um feito que mostra não apenas criatividade, mas uma busca incessante pela inovação. A seleção dos ingredientes, desde o malte até a água utilizada, é feita de forma minuciosa, sempre com o objetivo de entregar qualidade e personalidade.
Para entender melhor essa trajetória, a Grande Adega conversou com Alessandro Oliveira, mestre cervejeiro e sócio da Way Beer, que compartilhou reflexões sobre o universo da cerveja artesanal, os lançamentos da marca e curiosidades dos bastidores.
Grande Adega: Alessandro, o termo cerveja artesanal é bastante usado, mas também cercado de dúvidas. O que de fato significa?
Alessandro: Eu acho essa pergunta bem bacana. Normalmente, as pessoas imaginam uma senhorinha que faz uma bolachinha no fundo da casa dela e vai vendendo na feirinha, né? Isso, na verdade, é proibido. Você vender um alimento, uma cerveja, ela é considerada um alimento… No Brasil, você precisa ter um registro no Ministério da Agricultura, você precisa de uma série de coisas…. Eu gosto muito de falar o seguinte: quando você tem qualquer tipo de produto artesanal, você tem um artesão por trás fazendo, assinando aquilo ali, né? Assinando com a criatividade, assinando com o que realmente o que o levou a criar aquele produto. E quando a gente vê, por exemplo, um quadro. O quadro não tem valor se não tiver uma assinatura, né? As pessoas querem saber quem foi a pessoa que pintou. Eu acho que nas cervejarias artesanais você tem esse contato com o cervejeiro, né?
Grande Adega: Falando em criatividade, a Way Beer é a cervejaria que mais registrou sabores de cerveja no Brasil. E um deles foi um lançamento recente, acho que surpreendeu todo mundo, que é a Way Beer Bala de Banana de Antonina, que leva na receita as famosas balas produzidas no litoral paranaense. Como é que foi, como é que surgiu essa cerveja e qual que foi a repercussão?
Alessandro: Então, esse é um projeto bem legal. Quando a gente fala de cervejaria no Brasil, principalmente para fora, as pessoas imaginam Amazônia, aquelas frutas exóticas, aquelas coisas todas que a gente tem no Norte do Brasil. E eu acho que como toda a cervejaria artesanal, toda empresa que é um pouco menor, a gente sempre busca ingredientes locais, realmente locais, né? E a bala de banana é uma coisa muito nossa, muito nossa, aqui do Paraná.
E quando a gente conseguiu juntar a imagem da Way Beer com a bala de Antonina, que também é uma empresa que já tem bastante tempo e faz um trabalho muito legal… Bem, eu acho que o resultado disso foi o sucesso da cerveja, né?
Grande Adega: E Alessandro, outra novidade que vocês lançaram recentemente, inclusive numa onda que vem nesse setor, é uma cerveja sem álcool. Vocês lançaram a Way Beer TimeOut, que é uma cerveja que tem 0,3% de álcool. Como ela se diferencia das demais cervejas sem álcool do mercado?
Alessandro: A nossa legislação no Brasil e em boa parte do mundo diz que se você tem menos de 0,5% de álcool, você pode chamar de cerveja sem álcool. E a grande diferença da TimeOut é que ela é feita com o nosso toque ali de criatividade. É uma cerveja mais lupulada, um pouco mais maltada, com bastante sabor.
Então, a grande diferença é essa, né? Você vai experimentar uma cerveja com lúpulos que a gente usa em outras cervejas nossas, que são lúpulos muito bons, americanos.
Grande Adega: E outra novidade que vocês estão lançando também agora são as cervejas de 600 ml. Qual que é a ideia? Porque a Way Beer sempre foi mais conhecida pelas long necks, né? De onde surgiu essa ideia?
Alessandro: É, eu acho que existe um pedido do mercado de cervejas para você poder compartilhar, né? Então, as garrafas maiores, você pode abrir e compartilhar com mais de uma pessoa. E eu acho que faz sentido para completar o nosso portfólio, a gente trabalhar com essa linha um pouco maior. Ela é perfeita para tomar em casa com alguns amigos ou no bar.
Grande Adega: Se você tivesse que escolher uma cerveja para um dia triste e uma cerveja para um dia feliz. Qual Way Beer você escolheria?
Alessandro: Eu sempre gostei muito de consumir cerveja, mas eu sempre falo que existem momentos de consumo que pedem estilos de cerveja diferentes, né? Então, o clássico é quando você está lá jogando futebol na beira da praia e você está com sede, está muito calor, então você quer uma cerveja mais leve, com menos álcool. A nossa Lager, a nossa Pilsen, é muito bacana nesse momento. A Way Beer IPA também é uma das que mais gosto de beber. São cervejas que eu bebo em momentos que estou muito contente.
Eu acho que para o momento triste, eu sugeriria uma cerveja mais alcoólica. Você bebe um pouco mais devagar, né? A nossa Amburana é uma cerveja que tem 8,4% de álcool. Então, é uma cerveja que eu gosto de beber mais devagar, naquele momento que você está mais reflexivo.
E aí, gostou da entrevista? Você encontra as cervejas Way Beer e muitas outras aqui na Grande Adega. Um brinde!